GENARO DE CARVALHO
O artista Genaro Antonio Dantas de Carvalho, nascido em Salvador em 10 de novembro de 1926 e falecido na mesma cidade, em 2 de julho de 1971, foi um pintor e tapeceiro brasileiro. O artista iniciou sua carreira como pintor, no entanto, foi na tapeçaria que encontrou o suporte para seu meio de expressão, inspirado na sua pintura e desenho. É por isso que esse artista é considerado o pioneiro da tapeçaria moderna no Brasil – e suas peças possuem grande valor até hoje.
Em 1944, aos 17 anos, Genaro participou do 1° Salão de Arte Americana, na Associação Cultural Brasil-Estados Unidos, em Salvador. Essa ocasião foi a primeira vez que os integrantes da primeira geração de modernistas da Bahia – Genaro de Carvalho, Carlos Bastos e Mário Cravo Júnior puderam expor seus trabalhos, ao lado de uma grande maioria de pintores acadêmicos
Foi por meio de incentivado e influencia de seu pai, que era um pintor amador, que Genaro começou a pintar, ainda criança. Ainda em 1944 foi para o Rio de Janeiro estudar desenho na Sociedade Brasileira de Belas Artes, onde estudou com Henrique Cavalleiro.
Ao mesmo tempo, participava do movimento de renovação artística no seu estado, junto com Mário Cravo Júnior, Carlos Bastos, Rubem Valentim e Carybé, entre outros nomes importantes do movimento modernista. Em 1949 viajou para Paris, capital das artes, como bolsista do governo francês, e estudou na École nationale supérieure des beaux-arts e no ateliê do teórico da arte e pintor cubista André Lhote (1885 – 1962), que também foi mestre de Tarsila do Amaral e Iberê Camargo, assim como Fernand Léger (1881 – 1955), cujo ateliê Genaro teria igualmente frequentado.
As primeiras produções de Genaro tinham forte influência cubista e do fauvismo de Matisse. Mas o artista não estava satisfeito com a pintura de cavalete e procurava um novo meio de expressão. Tentou o mosaico e chegou a realizar trabalhos em vitrais. Na capital francesa, Genaro participou de diversos salões de artes plásticas e teve contato com a tapeçaria mural. Foi então que começou a pesquisar essa técnica – da qual resultou em seu primeiro trabalho em 1950, chamado “Plantas Tropicais”, feito na França.
O artista se identificou com a tapeçaria e retornou ao Brasil em 1950, participando da 1ª Bienal de São Paulo. No mesmo ano, em Salvador, inicia a produção do mural “Festas Regionais” (com 50 m de comprimento e 4 m de altura, em campo circular) em afresco seco para o restaurante do Hotel da Bahia, inaugurado em 1952 (atual Sheraton Hotel da Bahia).
A arte de Genaro, expressava sua vocação decorativa, e foi considerada desprovida de qualquer intenção política. Tinha como temas predominantes a natureza, o folclore e elementos da tapeçaria popular brasileira. O artista também continuou a produzir desenhos e a pinturas que o acompanharam até a sua última fase. Diferente das tapeçarias, nos desenhos o tema da figura feminina era trabalhado, para o qual muitas vezes, Genaro teve como modelo a sua esposa, a artista plástica Nair de Carvalho (1933). Nessas representações a mulher é apresentada em formas exuberantes, composições planas, geralmente com um fundo decorativo preenchido por flores e folhas personalizadas.
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